ÓBITO
Morreu o escritor Jorge Semprún

O escritor e intelectual Jorge Semprún, cujas obras foram publicadas pela ASA, faleceu esta quarta-feira, 8 de Junho, em Paris, vítima de doença degenerativa. Semprún, que tinha 87 anos, estava há meses internado no Hospital Georges Pompidou.

Jorge Semprún nasceu em Madrid a 10 de Dezembro 1923. Exilado em França em Fevereiro de 1939, licenciou-se em Filosofia na Sorbonne. Em 1942 ingressou no Partido Comunista e participou na resistência antinazi. Detido em Setembro de 1943, foi deportado para Buchenwald, de onde só saiu em 1945. Entre 1953 e 1954, foi militante e depois dirigente do Partido Comunista espanhol, sob o pseudónimo Federico Sánchez. Foi ministro da Cultura no governo socialista de Felipe González entre 1988 e 1991.

Na ASA estão publicadas as suas obras Vinte Anos e Um Dia (Prémio Fundação José Manuel Lara 2004), A Escrita ou a Vida (Prémio Femina Vacaresco 1994) e O Adeus de Federico Sánchez.

Ao longo da sua carreira, Jorge Semprún foi distinguido com alguns dos mais importantes galardões internacionais, tais como o Prémio da Paz da Feira do Livro de Frankfurt 1994, o Prémio Jerusalém pela Liberdade do Indivíduo na Sociedade 1997, o Prémio Nonino 1999, o Prémio Blanquerna 2003, a Medalha Goethe em 2003, o Prémio Annetje Fels-Kupferschmidt e a Medalha de Ouro de Mérito nas Belas Artes atribuída pelo Ministério da Cultura de Espanha.

“Creio que Jorge Semprún viveu não como testemunha mas como protagonista os grandes tumultos históricos do século XX, lutou contra o fascismo, foi militante da resistência e teve a experiência atroz dos campos de concentração, viveu a ilusão comunista e as grandes fracturas do comunismo quando se revelaram os campos de concentração, os Gulag, participou na tentativa da experiência eurocomunista e foi purgado pelo comunismo estalinista”, refere o escritor peruano e Prémio Nobel de Literatura 2010 Mario Vargas Llosa na edição de 9 de junho do El País.