ORLANDO FIGES
Autor estará em Lisboa para apresentar
A Tragédia de um Povo
A Tragédia de um Povo - A Revolução Russa 1891-1924, de Orlando Figes, chega às livrarias portuguesas pela mão da Dom Quixote já na próxima semana. A vinda do autor a Lisboa, agendada para os dias 24 e 25 de outubro, dará uma grande ajuda na divulgação desta que é a mais importante obra relacionada com o evento que mudou a história do mundo e moldou os destinos da raça humana no século XX.
Publicada em Portugal numa altura em que se assinalam os 100 anos da Revolução Russa, a obra do historiador britânico Orlando Figes, editada originalmente em 1996, foi vencedora do Wolfson Prize e do Longman/History Today Book Prize, inclui, nesta edição, um prefácio sobre o legado da revolução.
O livro pretende ser a primeira tentativa de uma história abrangente sobre todo o período revolucionário num só volume. A narrativa tem início em 1891, quando a opinião pública reagiu pela primeira vez à crise decorrente da fome, entrando em rota de colisão com a autocracia czarista E termina em 1924, com a morte de Lenine, quando a revolução já tinha feito um círculo completo e estavam estabelecidas as instituições básicas, se não todas as práticas do regime estalinista.
A Tragédia de Um Povo oscila entre as esferas pública e privada. Orlando Figes destaca o lado humano dos grandes acontecimentos, ouvindo as vozes de indivíduos cujas vidas foram apanhadas pela mudança. Diários, cartas e outros escritos privados têm preponderância neste livro.. Algumas deles são de ilustres – Máximo Gorki, o general Brusilov e o príncipe Lvov –, enquanto outras permanecem ignoradas pelos próprios historiadores – o camponês reformista Sergei Semenov e o soldado Dmitry Os’kin. Todas alimentaram esperanças e aspirações, medos e decepções típicos da experiência revolucionária. “Acompanhando a sorte destas figuras, o meu objectivo foi transmitir o caos daqueles anos tal como terá sido sentido pelos homens e mulheres comuns. Tentei apresentar a revolução, não como uma marcha de forças sociais e ideologias abstractas, mas como um acontecimento humano, cheio de complicadas tragédias individuais.” Figes demonstra acima de tudo que a revolução foi uma experiência “chocante” para quem a viveu, e conta com clareza e persuasão a forma e as razões de assim ter sido.
Ilustrado com mais de 100 fotografias, A Tragédia de Um Povo demorou sete anos a ser escrito e é o registo de um dos acontecimentos mais marcantes da história moderna. «A revolução de 1917 definiu a forma do mundo contemporâneo e só agora estamos a emergir das suas sombras», escreveu o historiador no prefácio à primeira edição. «Hoje, em 2017, essas sombras ainda pairam sombriamente sobre a Rússia e as frágeis novas democracias que emergiram da União Soviética. A sua presença pode ser sentida nos movimentos revolucionários e terroristas dos nossos tempos. Como avisei na última frase deste livro, ‘os fantasmas de 1917 continuam a assombrar-nos’».
Orlando Figes é professor de História no Birkbeck College, da Universidade de Londres. Nasceu nesta cidade em 1959 e foi docente e investigador em História no Trinity College, em Cambridge. |